quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Como se constrói o imperativo do verbo "rir"?



"RIDI, ARRUDA
José Roberto Arruda voltou a sorrir, mas ainda não está livre de ser mandado à cadeia. (...) No interesse da preservação de provas, o tribunal poderá deferir um pedido de prisão preventiva. Arruda pode parar de sorrir ainda em 2010."
O título da nota é uma brincadeira com o governador do Distrito Federal, algo como "ria enquanto pode, pois a situação vai-se complicar". Do ponto de vista gramatical, é bom que se diga que o redator escreveu em italiano, fazendo alusão à ópera "Pagliacci", de Ruggero Leoncavallo, em que a expressão "Ridi, pagliaccio" aparece em uma das árias. A expressão foi usada também pelo grupo musical Titãs, que assim intitulou uma de suas canções.
Esse pequeno título dá margem a uma breve revisão da conjugação dos verbos no modo imperativo.
De modo geral, a conjugação no imperativo mimetiza a do presente do subjuntivo. Assim, tanto em "Espero que você venha" como em "Venha logo!", temos a mesma forma ("venha"). Isso é regra sem exceção quando se trata do imperativo negativo ("Não venha antes da hora!").
No imperativo afirmativo, as segundas pessoas (do singular e do plural) têm formas próprias, que se constroem com a supressão do "-s" final das formas do presente do indicativo do verbo em questão.
Assim, se o verbo for "vir", por exemplo, teremos no imperativo afirmativo as formas "vem" (tu), "venha" (você), "venhamos" (nós), "vinde" (vós) e "venham" (vocês). "Vem" nasce de "tu vens" sem o "s" final; "vinde", de "vós vindes" sem o "s" final.
O verbo em questão aqui é "rir", que se conjuga, no presente do indicativo, da seguinte forma: eu rio, tu ris, ele ri, nós rimos, vós rides, eles riem. Se fosse usada a segunda pessoa do singular, em português, teríamos "Ri, Arruda"; se fosse usada a terceira do singular, "Ria, Arruda"; na segunda do plural (vós), teríamos "Ride, Arruda", mas, nesse caso, o governador estaria sendo tratado com o plural majestático.
A desinência "-des" é própria dos verbos de segunda e terceira conjugação flexionados na segunda pessoa do plural. O verbo "ir", no presente do indicativo, assume a forma (vósides; o verbo "sorrir", a forma (vós)sorrides; o verbo "ver", a forma (vósvedes.
É por isso que se encontram formas do imperativo (afirmativo) como "ide", "vinde", "vede", "sorride" ou "ride", entre tantas outras.
                                                                                                              Por Thaís Nicoleti

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